sábado, 28 de agosto de 2010

I Encontro dos 4 Rios - Itaituba - Pará

Foi realizado nos dias 25 a 27 de agosto de 2010, no Parque de Exposição da cidade de Itaituba, Pará, o I Encontro dos 4 Rios (Teles Pires, Madeira, Tapajós e Xingu) - Seminário de discussão sobre a construção de hidrelétricas, eclusas e hidrovias nos rios Tapajós, Madeira, Xingu e Teles Pires. O encontro propôs formentar estratégias de combate a criação de barragens nesses quatro rios e de troca de experiência e articulação entre os movimentos em defesa dos rios. Contou com a participação de mais de 500 pessoas entre povos indígenas: arara, muduruku, borari;  comunidades quilombolas, ribeirinhos, ONGs e organizações do movimento social. Foram dias de intensas discussões, partilhas acaloradas e extrema indignação diante da mostruosidade que o Governo esta prestes a cometer contra os povos da Amazônia. Só no rio Tapajós estão previstas a construção de 05 barragens que provocarão um impacto ambiental de proporções gingantescas ao contrário do que os técnicos da Eletrobrás e Eletronorte vem publicando em suas campanhas. O encontro contou ainda com fortes momentos de mística entre elas a da alianças dos 4 rios onde as águas dos rios Madeira, Xingu e Teles Pires foram despejadas nas águas do rio Tapajós selando assim um pacto entre os povos que habitam esses rios em defesa dos mesmos. Terminou com uma passeata pelas ruas da cidade conscientizando a população local dos perigos que os grandes projetos trarão para os povos amazônidas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quilombolas de Arapemã sofrem ameaças de morte

Mais uma vez fazendeiros ameaçam quilombolas da comunidade de remanescentes de quilombo de Arapemã por conta da publicação das portarias do INCRA nº 467  e 468 que dá reconhecimento e delimitação das comunidades remanescentes de quilombos Saracura e Arapemã, ambas localizadas no Município de Santarém (PA). De acordo com as portarias, Saracura e Arapemã ficam com 2.889 e 3.828 hectares, respectivamente. Isso provocou nos fazendeiros e demais sujeitos contrários a regularização dos territórios quilombolas do município de Santarém extrema indignação, prova disso são as constantes ameaças que vem sendo feitas no quilombo de Arapemã. Segundo Lailson Vasconcelos, uma das lideranças comunitárias do quilombo, ele na presença de um servidor do INCRA durante uma visita técnica no quilombo, ouviu do senhor "Michel", fazendeiro, que ele (Michel) até poderia sair da comunidade quilombola (referindo-se ao processo de desintrusão que ocorrerá dos não quilombolas) mas que junto ele levaria três consigo". Não é de hoje que lideranças e demais comunitárioas são ameaçados ou intimidados durante a realiação das atividades do processo de regularização fundiária dos territórios quilombolas de Santarém, lembramos exemplos que ocorrerão em 2005 e 2006 com lideranças de Tiningú, Bom Jardim, Saracura e Murumurutuba. Encaminhamentos estão sendo tomados junto ao Ministério Público Federal e INCRA - SR 30 para dar conta do assunto.

4º Encontro de Saberes e das Práticas Culturais - Belém /PA

De 17 a 19 de agosto de 2010 ocorreu na Fundação Curro Velho (FCV) o 4º Encontro de Saberes a das Práticas Culturais da FCV, foi um encontro que teve como objetivo traçar o Projeto Político Pedagógico (PPP) da FCV em relação a arte educação no estado do Pará. O encontro reuniu arte educadores, pontos de cultura, professores da rede pública de ensino e artístas em geral. A FOQS através de seu Ponto de Cultura Kizomba esteve participando e contribuindo com o processo de construção do PPP dando ênfase a questão étnico racial e garantindo a valorização da cultura quilombola no Pará.

domingo, 15 de agosto de 2010

III Jornada de Educação do Campo de Santarém

Educadores de comunidades quilombolas de Santarém e de outros municípios do Baixo Amazonas participam da III  Jornada de Educação do Campo que trás um modelo de educação trasformadora. A Jornada tem como objetivo desenvolver a educação transformadora através de ferramentas criadas à partir da realidade do estudante. E ainda está desenvolvendo sua discussão tendo como eixos temáticos o meio ambiente e a questão étnico racial, a esta última tem sido dada grande ênsafe.
Para não surpresa das lideranças e militantes do movimento negro quilombola alí presente percebeu-se que os educadores, sua maioria, participantes dessa jornada ficam muito aquém do entendimento da questão étnico racial. O que se percebe durante a explanação das atividades desenvolvidas são falas polidas carregadas de preconceitos e ignorância.
Essa situação demonstra o quanto as ESCOLAS estão alienadas quanto à  luta das comunidades quilombolas no município e à questão étnico racial. Precisamos rever novamente a formação dos educadores das comunidades quilombolas do município de Santarém e de todos os outros onde há comunidades quilombolas. A educação, a escola como construtora de opiniões não pode ficar alienada a luta pela regularização fundiária, o reconhecimento e auto afirmação étnico racial existente nas comunidades quilombolas e também pela luta por políticas públicas mais efetivas para essas comunidades.

"Irmãos, vamos começar tudo denovo, porque até agora pouco ou nada fizemos!" (S. Francisco de Assis)

(Por Aldo Lima)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

VI Encontro de Mulheres Negras Quilombolas

De 12 -15 Cleide, Ivone, Iriclei, Risoelcy, Lucinda e mais duas companheiras de Monte Alegres estarão participando  do VI Encontro de Mulheres Negras Quilombolas que ocorrerá em Itacoã - Miri, município de Acará, próximo à Belém. O encontro terá como tem a "Meu corpo, meu territorio sagrado" onde tratará da sáude da mulher e a regularização fundiária. Boa sorte guerreiras e bom encontro a todas!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

1ª Oficina PMAS

A FOQS está participando da 1ª Oficina Nacional de Planejamento, Monitoramento, Avaliação e Sistematização do projeto Brasil Local, que está ocorrendo no período de 10 a 12 de agosto de 2010, em Luziânia / GO. O Projeto tem como objetivo fortalecer o desenvolvimento da Economia Solidária de diversos seguimentos da sociedade, entre eles a dos povos tradicionais como indígenas e quilombolas e ajudar a formentar políticas públicas de Ecomonia Solidária. No Pará o projeto está sendo desenvolvido nas dez comunidades quilombolas do município de Santarém que conta com a participação de um articulador estadual (Aldo Luciano Lima) e mais três agentes comunitário de desenvolvimento solidário (Franciney Oliveira, Mário Bentes e Jaime Mota). Esta oficina já é o segundo passo dessa nova etapa do projeto que passará a ocorrer, in loco, à partir de setembro de 2010.

Segue a Carta de Manifestação do Brasil Local reunidos em junho de 2009 em Brasília:

CARTA DO BRASIL LOCAL

“Saudade inté que assim é bom, Pra cabra se convencer, Que é feliz sem saber”. Luiz Gonzaga

Nós coordenadoras e coordenadores do projeto Brasil Local, militantes da Economia Solidária Brasileira, dos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goias, Pernambuco, Espírito Santo, Alagoas, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, reunidos em Brasília dias 24 e 25 de junho de 2009, apresentamos esta Carta como elemento de avaliação dos resultados da fase 2009 do projeto Brasil Local que encerra-se no dia 30 de junho de 2009.

Em conjunto com todas e todos agentes de desenvolvimento local, comprometidas e comprometidos militantes da Economia Solidária, acompanhamos por esse período de seis(6) meses da atual fase, mais de 700 Empreendimentos Econômicos Solidários, desde as mais distantes regiões da Amazônia, nas fronteiras, na aridez do Nordeste, no Planalto Central e regiões pantaneiras, até o sul e sudeste deste imenso país, organizando mais 2.000 atividades nas quais participaram diretamente mais 20.000 mulheres e homens, construtores e construtoras de uma outra economia. Acreditamos que ainda mais importante que os números, vivenciamos intensas relações afetivas animadas em articulações e histórias de vida de pessoas e grupos, histórias e afetos que desencadeiam-se desde a primeira fase do projeto em 2005, e muito contribuem à história da Economia Solidária Brasileira. Temos certeza, que a experiência do Brasil Local está entre as questões centrais da construção e capilaridade da Economia Solidária em todo o território nacional.

A experiência da qual somos porta vozes nessa carta, resulta de uma ação e protagonismo coletivo e diário no apoio a Economia Solidária em todos os 26 estados e Distrito Federal, o que nos coloca a responsabilidade de seguirmos articulados enquanto grupo de pessoas, para troca de experiências, apoio e afirmação do desenvolvimento local com Economia Solidária, bem como, na responsabilidade de articularmos e apoiarmos a próxima fase do Brasil Local, política pública da qual somos construtores e construtoras desde de 2005. Sendo assim, faz-se necessário agora reforçar os acertos, corrigir os erros, apontando com coragem os necessários avanços que a experiência já permite que sejam feitos, sendo assim, acreditamos que:

É premente avançarmos de forma coesa e articulada em uma proposta de desenvolvimento local com Economia Solidária para o país, mantendo as diretrizes centrais do trabalho autogestionário, da solidariedade e da sustentabilidade ambiental, atentando e incorporando a experiência e debate da Economia Feminista e do Etnodesenvolvimento.

Avaliamos ser de suma importância que a próxima chamada pública do Brasil Local, mantenha o conceito central do projeto no emponderamento das comunidades, que avance na cobertura geográfica de sua ação com maior equilíbrio de estrutura entre os estados, bem como, que mantenha o protagonismo central nos empreendimentos econômicos solidários e nos(as) agentes de desenvolvimento local.

Faz-se necessário garantir a identidade nacional do Projeto Brasil Local, preservando os avanços de reconhecimento das potencialidades locais, reafirmando o respeito as diferentes culturas e costumes. Por isso, a nova fase é encarada por nós como possível consagração de um processo desafiador, que representa a vitória de pessoas que ousaram construir coletivamente novas relações sociais rompendo os preceitos e preconceitos da sociedade capitalista.

Destacamos a trajetória de experiências da equipe Brasil Local, que ao longo desse trabalho desencadeou um novo jeito de pensar, agir e viver o desenvolvimento local, que coloca como tarefa para a próxima fase do projeto, a adoção de indicadores qualitativos que expressem a emancipação de nosso povo.

É necessário avançar na integração entre o Brasil Local e os fóruns de Economia Solidária, bem como, com as políticas públicas de economia solidária em âmbito nacional, estadual e municipal, em especial junto aos demais projetos da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (SENAES/MTE).
Precisa-se na próxima fase, qualificar a capacidade de ação dos(as) agentes de desenvolvimento local, constituindo em cada região uma estrutura capaz de dar suporte e formação permanente as intervenções propostas.

Faz-se central a constituição do Brasil Local como um programa permanente e nacional de apoio e fomento ao desenvolvimento local com afirmação dos princípios da Economia Solidária, atualizando a necessidade do tema, e respeitando e incorporando o histórico do projeto que vem sendo construído por centenas de trabalhadoras e trabalhadores desde 2005.
A Economia Solidária no Brasil segue crescendo e proporcionando a milhares de mulheres e homens nesse país, a possibilidade de construírem seu futuro através do trabalho autogestionário e coletivo, precisamos assim seguir na construção de um movimento social de Economia Solidária forte e atuante e, de um conjunto de políticas públicas estruturantes, para materializarmos os desejos e anseios de um outro mundo possível;

Brasília 24 de junho de 2009